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Orçamento do Estado

Uma longa lista de cedências, uma reunião e um silêncio: PCP deixou Governo às escuras

Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e António Costa, os três parceiros da geringonça
Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e António Costa, os três parceiros da geringonça
Nuno Botelho

Jerónimo de Sousa foi a São Bento no sábado, regressou à tarde, e o PCP saiu em silêncio - e deixou o Governo suspenso. No Governo, avaliam-se os "sinais contraditórios", faz-se contas a dezenas de cedências (ou "compromissos" a meio caminho) e começa a desenhar-se um discurso de campanha, se for necessário. A pressão foi posta toda sobre Jerónimo, com cuidado para não estragar. Mas só mesmo ao meio-dia desta segunda-feira a dúvida se vai desfazer: o PCP cede ou o Orçamento chumba?

Uma longa lista de cedências, uma reunião e um silêncio: PCP deixou Governo às escuras

David Dinis

Diretor-adjunto

"Às escuras." "Não está fácil." A derradeira reunião de António Costa com Jerónimo de Sousa foi já no sábado às 9h30, mas acabou sem conclusões. Seguiu-se um longo silêncio, mesmo que para este domingo estivesse marcada uma reunião do Comité Central, onde os principais dirigentes comunistas discutiriam o que fazer ao Orçamento.

Nunca a pressão foi tão grande. Sobretudo nunca o Governo ficou em suspense nesta fase do processo: o Bloco pôs-se este domingo completamente de fora; o PAN reuniu-se também mas só esta segunda-feira, às 10h, dirá se dá pelo menos a abstenção ao documento na generalidade; e Jerónimo de Sousa, esse, só desfaz a dúvida final duas horas mais tarde, ao meio-dia.

Até ao fim é suster a respiração, enquanto até no núcleo duro do Governo se tenta medir os sinais de vida do que lhe resta da geringonça: a ligação aos comunistas. E há "sinais contraditórios", diz uma fonte ouvida pelo Expresso.

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