
Direção comunista tem a última palavra, mas crescem as vozes no interior do partido a defender que é hora de acabar com a ‘geringonça’
Direção comunista tem a última palavra, mas crescem as vozes no interior do partido a defender que é hora de acabar com a ‘geringonça’
Jornalista
Bluff é coisa que o PCP não faz”, e se admitiu votar contra o Orçamento para 2022 o aviso “é claro que é para ser levado a sério!”, diz um destacado quadro comunista. É verdade que a porta da negociação não foi completamente fechada, mas os sinais vindos do Governo — sobretudo na última semana — começam a ser considerados preocupantes. “Não estamos aqui para sermos verbos de encher”, diz outro dirigente, que assume ao Expresso que um número crescente de vozes tem feito chegar à direção a ideia de que “é hora de parar de adiar medidas e de o partido voltar à sua pauta”.
“Estamos à chuva e a molhar-nos. Temos de saber proteger-nos”, disse outro dos quadros comunistas. Ao longo da semana, o Expresso falou com sete militantes ativos do PCP (de sectores fundamentais, como o intelectual, sindical, autárquico e da organização), que, ao nível das bases, têm participado na discussão sobre a estratégia a seguir pelo partido perante “o novo contexto político” e as crescentes dificuldades negociais com o PS. A grande maioria dos interlocutores foi defensora da ‘geringonça’, mas assume partilhar a “ideia crescente de que esta solução está esgotada, está a desgastar a base eleitoral e está na altura de o partido seguir o seu caminho”.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: RLima@expresso.impresa.pt