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Orçamento do Estado

PCP preparado para deixar cair o Orçamento e Costa

No último debate com Costa, Jerónimo pediu “um sinal” ao primeiro-ministro, que lhe respondeu que ficaria “mais descansado” quando visse o OE. Mas o documento foi um balde de água fria e a resposta de Costa sentida como “um momento traumático”. António Costa disse, na sexta-feira, que seria “irracional” uma crise, mas já começa a preparar o PS para todos os cenários: convocou uma comissão política para dia 22 de outubro, após o Conselho de Ministros que avaliará as negociações com a esquerda
No último debate com Costa, Jerónimo pediu “um sinal” ao primeiro-ministro, que lhe respondeu que ficaria “mais descansado” quando visse o OE. Mas o documento foi um balde de água fria e a resposta de Costa sentida como “um momento traumático”. António Costa disse, na sexta-feira, que seria “irracional” uma crise, mas já começa a preparar o PS para todos os cenários: convocou uma comissão política para dia 22 de outubro, após o Conselho de Ministros que avaliará as negociações com a esquerda
Tiago Miranda

Direção comunista tem a última palavra, mas crescem as vozes no interior do partido a defender que é hora de acabar com a ‘geringonça’

Bluff é coisa que o PCP não faz”, e se admitiu votar contra o Orçamento para 2022 o aviso “é claro que é para ser levado a sério!”, diz um destacado quadro comunista. É verdade que a porta da negociação não foi completamente fechada, mas os sinais vindos do Governo — sobretudo na última semana — começam a ser considerados preocupantes. “Não estamos aqui para sermos verbos de encher”, diz outro dirigente, que assume ao Expresso que um número crescente de vozes tem feito chegar à direção a ideia de que “é hora de parar de adiar medidas e de o partido voltar à sua pauta”.

“Estamos à chuva e a molhar-nos. Temos de saber proteger-nos”, disse outro dos quadros comunistas. Ao longo da semana, o Expresso falou com sete militantes ativos do PCP (de sectores fundamentais, como o intelectual, sindical, autárquico e da organização), que, ao nível das bases, têm participado na discussão sobre a estratégia a seguir pelo partido perante “o novo contexto político” e as crescentes dificuldades negociais com o PS. A grande maioria dos interlocutores foi defensora da ‘geringonça’, mas assume partilhar a “ideia crescente de que esta solução está esgotada, está a desgastar a base eleitoral e está na altura de o partido seguir o seu caminho”.

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