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José Tolentino Mendonça

Tesouros portugueses

A Biblioteca Apostólica Vaticana é um ativo de civilização, conhecimento e ciência ao serviçoda humanidade

Deve-se ao Papa humanista Nicolau V (1447-1455) a decisão de inaugurar uma biblioteca pública no Vaticano que pudesse ter como finalidade “a utilidade comum dos homens de ciência”, tornando acessível a leitores externos o que, até então, era uma biblioteca para uso exclusivo da cúria papal. O Papa teve ainda o cuidado de enriquecê-la, doando não só a sua biblioteca particular, mas implementando uma política maciça de compras nos mercados livreiros do Oriente e Ocidente. O vasto plano que então germinava propunha-se construir uma verdadeira biblioteca universal, segundo critérios humanísticos. Não era, portanto, uma biblioteca especializada, por exemplo, em teologia ou ciências eclesiásticas, mas deveria cobrir todas as áreas do conhecimento humano, incluindo tanto o campo literário (com os clássicos não-cristãos latinos e gregos) como o científico (com a medicina, a astronomia, a matemática, as ciências naturais, etc). Os esforços de Nicolau V foram bem-sucedidos: à data da sua morte (1455), a Biblioteca Apostólica Vaticana era já uma das bibliotecas mais ricas do mundo, em qualidade e quantidade de textos. Esta política cultural foi mantida por seus sucessores e, em breve, tornar-se-ia imperioso, por exemplo, ampliar os espaços da própria biblioteca. Isso aconteceria por intervenção direta do Papa Sisto V, que encomendou ao arquiteto Domenico Fontana, em 1587, uma sede com as características necessárias para acolher aquela que era uma determinante instituição cultural no coração da Igreja.

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