Entramos no verão de dedos cruzados para que a sorte nos traga o melhor. Assim seja, mas que o Estado nos proteja do pior
Sejamos brutos por ausência de superstição: com as alterações climáticas, o risco em cada verão não é de que ocorram ou não vagas de incêndios, o risco oscila hoje entre a tragédia florestal e a catástrofe humana. Isto é, entre incêndios como o de Monchique em 2018 (sete dias, mais de 25 mil hectares ardidos, 41 feridos) e o de Pedrógão Grande em 2017 (quatro dias, mais de 50 mil hectares ardidos, 66 mortos, 254 feridos). Em ambos, houve não só calor abrasador como fenómenos naturais que descontrolaram o fogo. Mas ao contrário do discurso político de 2017 (nos incêndios de junho e de outubro), as alterações climáticas não desresponsabilizam o Estado, comprometem-no. Passarmos a primeira semana de verão a falar do Siresp é como supor que um banco de madeira se equilibra só com um pé.
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