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Luis Pedro Nunes

Diretor de intimidade para o sexo

As séries exigem coreógrafo. As dinamarquesas odeiam feministas

Já aqui disse que um dos efeitos que o #MeToo teve no discurso masculino foi a definitiva separação do que é dito em público e do dito entre pares na galhofeira duma “ilha de segurança”, na qual se pode até contradizer o que se apregoa “lá fora”, mas que essa ideia de “irmandade” impede sequer de denunciar tal cinismo. Aliás, é um risco o que estou a fazer aqui. Fico sempre abananado como alguns paladinos dos direitos em geral são dos que têm conversas mais rascas no tal “discurso de balneário”, sendo que quem tenta ser coerente parece um misógino apenas porque não aparece com bandeiras desfraldadas. O #MeToo, como já aconteceu com vários movimentos que atacam injustiças horríveis, tem também tido algumas coisas parvas e, por vezes, tendemos a sobrevalorizar as coisas parvas, nomeadamente quando não somos mulheres. Dá jeito quando estamos do lado dos que tinham o poder. E colocamos de lado o óbvio, que era o facto dessas “coisas” estarem a acontecer em 2019 numa sociedade que nos parecia “deste lado” igualitária. Por vezes apanhamos histórias que parecem mesmo idiotas. Tipo isto: desde o #MeToo, algumas produtoras de cinema começaram a contratar “diretores de intimidade” para cenas de sexo. Quê? Uma pessoa abana a cabeça e passa à frente. Mas fui ler. E até faz sentido.

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