A arte de trair e de mentir
Ecrã do telemóvel para baixo é o sinal mais evidente que se dá
Ecrã do telemóvel para baixo é o sinal mais evidente que se dá
Falava há dias sobre trair, a grande teia de mentiras que alguém tece e na qual se enleia para ir para a cama com outrem, tendo um relacionamento fixo. É um assunto que de tempos a tempos surge em termos de conversa social porque se vai sabendo — mesmo que não se queira — de cataclismos com casais conhecidos. Ora, há hoje um grande delator: o telemóvel. Não sei como é que se consegue manter a coisa. Que canseira. Ao longo de uma vida amorosa com fulgor há quem nunca traia ou seja traído. Depois, há uma série de combinações possíveis e graus de conhecimento. Tipo: soube uma vez e “perdoou”, desconfiou e deu o fora, não aconteceu nada e era ciumento, não queria saber e era traído, traíam mutuamente e pensavam que eram espertos. As possibilidades telenovelescas abundam, como se vê. Mas hoje sabe-se que se o parceiro/a coloca o visor do telemóvel virado para baixo, não é boa rés. É o maior sinal de que ‘algo’ se passa. No antigamente, aí há 10 anos, os clichés clássicos do fadista e afins eram que se o homem se começava a arranjar, perfumar e depilar o corpo todo para sair à noite era porque estava a saltar a cerca. Agora as notificações e as mensagens e os nomes que surgem no visor do smartphone não são para os olhos de todos. Há que virar, como quem não quer a coisa, o visor para baixo. Descontraidamente. Como se quisesse “proteger o vidro” das chaves do carro.
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