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Opinião

As consequências de um mini-PS

Ao PSD interessa um PS fraco, não um PS de rastos. À medida que este se torna irrelevante, mais difícil será navegar na política portuguesa, principalmente porque será André Ventura a querer recolher os louros e os frutos pela contração da esquerda

A atenção redobrada dada às presidenciais é manifestamente exagerada. É óbvio que as eleições são essenciais para perceber que tipo de relação teremos nos próximos anos entre Belém e São Bento. E a entrada na corrida de figuras como Gouveia e Melo e André Ventura, ambas abertamente críticas do atual sistema político e/ou dos seus intervenientes, levanta questões que não devem ser levadas de ânimo leve. Se algum deles for eleito como figura máxima da nação, não só se solidifica a ideia de que estamos perante uma nova era da política portuguesa como os próximos anos serão definidos por uma permanente incógnita sobre governabilidade. Os dois estão em polos opostos em muitas áreas, mas representam ambos um descontentamento geral com a classe política e os partidos tradicionais. Se a rebeldia que apregoam é chão fértil que continuarão a explorar até às eleições, tudo o que vier a seguir está ainda por escrever caso um deles vença. Gouveia e Melo tem mais hipóteses de o conseguir do que Ventura, que dificilmente ganharia uma hipotética segunda volta. Mas essa hipótese considerada altamente improvável há poucos anos tem hoje uma probabilidade muito superior que não deve ser menosprezada.

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