Dar o donut à primeira birra pode parecer que compra cinco minutos de afecto, mas compra sobretudo um futuro equivocado
Fazer o mal julgando fazer o bem. Acredito que muitos conheçam ainda a expressão. Refere-se a actos que nascem de uma boa intenção, ou de uma ideia compreensível, mas que resultarão em mais prejuízo do que benefício. Exemplo mais pueril e corriqueiro? Os papás que fornecem aos filhotes doses sucessivas de açúcar nos seus mais variados dispositivos, do gelado ao donut, da goma ao chupa-chupa. Refiro-me aos que o fazem a toda a hora, com a mais terna justificação: “porque eles gostam muito e estão sempre a pedir.” Criancinhas que assimilaram já a grande prerrogativa do século 21: o inalienável direito à “felicidade”, palavreado que as redes sociais geridas pelos novos gurus lhes enfiará goela abaixo a toda a hora, no esforço, amplamente recompensado, de estar constantemente a criar novos consumidores em rebanho.
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