Quando nomes se transformam em marcadores de exclusão, ataca-se a capacidade de sermos iguais enquanto seres humanos, mas distintos na nossa singularidade
A utilização de nomes tornou-se um dos novos campos de batalha da democracia constitucional. Em países que levantam obstáculos a dados estatísticos desagregados por nacionalidade ou território de origem, a diferenciação entre nomes e apelidos “nativos” e estrangeiros é agora um mecanismo habitual de estigmatização e desumanização. Em França, Eric Zemmour defendeu que os cidadãos naturalizados deveriam adotar um nome próprio francês. No parlamento de Berlim, a AfD tem procurado obter os nomes próprios de suspeitos alemães em crimes com facas. Portugal assistiu à utilização de nomes de crianças, não só nas redes sociais, mas também no Parlamento, para ilustrar uma suposta “mudança civilizacional”. A técnica é sempre a mesma: utilizar nomes como proxies de marcadores raciais ou étnicos.
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