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Opinião

Não é grande quem quer

Não é grande quem quer

Rodrigo Guedes de Carvalho

Jornalista e escritor

Mais cedo do que o previsto, Lamine Yamal é já só mais um multimilionário entediado e caprichoso

Como qualquer mortal curioso do futebol, sigo com interesse as histórias dos grandes craques. Gosto de saber de onde vêm e como chegaram ao paraí­so de tanto miúdo: ganhar milhões a fazer o que mais gostam, com a sensação de estarem ainda e sempre a brincar no recreio da escola. Luiz Enrique, que admiro cada vez mais, esbofeteou com lucidez quaisquer outras designações de grandes futebolistas. Não são génios, disse, nem deuses, convém perceberem que são uns privilegiados, a quem um lance do destino concedeu um jeito especial para jogar à bola. O que também não os faz menores do que ninguém, simplesmente não os torna superiores ao ponto de desprezarem, tantas vezes, os pedidos humildes de fãs que esperam por eles horas a fio, em busca de um simples autógrafo ou uma ainda mais simples fotografia. Claro que há uma espécie de contrato emocional entre público e estrelas do desporto que calculo venha dos tempos dos gladiadores. Eles dão-nos “alegrias”, porque nós decidimos há muito dividirmo-nos constantemente em grupos que se guerreiam. A “alegria” é eles darem-nos a vitória sobre os outros sem que precisemos de sujar os calções. Tudo certo. Tirando a horrorosa vio­lência tantas vezes associada, nada disto é bom ou mau. É o que é.

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