Ricardo Leão, autarca do PS, enfrenta agora a ira do seu próprio tugúrio. Indignados com a aparente falta de solidariedade, da qual a esquerda reclama o monopólio, porque para eles só quem é de direita é que pode dar ordem às máquinas para esventrar a casa de alguém
É daqueles casos em que uma imagem vale mil palavras. Não há como ficar indiferente aos buldózeres que avançam sobre pedaços de madeira e metal, lixo que um dia serviu como sonho de um teto. O desejo de ter uma casa foi mais forte do que a humilhação de ter de ali viver. Um lugar onde podem guardar os seus bens mais preciosos, a começar naqueles feitos do seu próprio sangue. O rosto de uma criança a quem lhe foi tirada à força a esperança de um abraço quente quando a noite cai num espaço sético a que chama lar. Esses rostos expostos em ecrãs e páginas de jornal cumprem o mesmo propósito do vil ato de enunciar no Parlamento os nomes de crianças que desesperadamente procuram educação.
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