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Opinião

Ter ou não ter helicópteros

Ter ou não ter helicópteros

Maria Castello Branco

Comentadora política da CNN Portugal, autora do podcast Lei da Paridade

A empresa que não tinha helicópteros nem pilotos é agora contratada para suprir o vazio que a sua própria incapacidade criou. Onde antes havia falência de meios, há agora — por artes que o contracto não explica — capacidade repentina

Em 1773, Lord Clive regressou de Bengala com mais ouro do que a Coroa britânica. Interrogado no Parlamento sobre a origem de tão vultoso espólio, respondeu com fleuma imperial: “By God, Mr. Chairman, at this moment I stand astonished at my own moderation”. Não foi condenado. Foi canonizado pelo cinismo colonial, tornando-se símbolo de uma época em que a pilhagem se confundia com mérito.

Não há ouro nem império nos corredores do Estado português, mas sobrevive uma habilidade semelhante: a arte da contenção. Não a contenção no abuso, mas na exigência. Aqui, o erro raramente se transforma em responsabilidade. Converte-se, frequentemente, em pagamentos. À peça.

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