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Opinião

O meu segundo cérebro é que pensa por mim

As novas gerações vão deixar de compreender, criticar ou raciocinar sem recurso à IA. Não vai acontecer no futuro. Este atrofiamento cognitivo está já a acontecer

Tenho acompanhado como os psicólogos, psicanalistas e outros têm vindo a mostrar o seu desespero pelo facto de cada vez mais gente recorrer à inteligência artificial para acompanhamento e apoio emocional. Um trabalho aqui na Revista do Expresso mostrou isso mesmo. As pessoas sentiam-se mais “compreendidas e percebidas” pela IA do que pelos profissionais do ramo. Por muito que os especia­listas da área da saúde mental digam que aquilo não é “terapia”, não há jovem que não use (e desabafe com) a IA, e há muitos professores que nunca usaram nem sabem o que é a IA. Acho que é uma súmula imperfeita. Há nisto algo fascinante, embora perturbador, e que parte deste princípio: um ser humano está hoje mais disposto a abrir-se e a contar os seus segredos mais íntimos a um chatbot do que a outro humano, seja um terapeuta ou um amigo. Este é um Rubicão que se passou.

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