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Opinião

Estão zangados com o sistema? Não: estão zangados com a liberdade

O povo do Chega é uma aldeia de invejosos, de gente que não vai à luta por si, preferindo antes reclamar a protecção do Estado para a sua inutilidade

Desde 18 de Maio, já li para cima de duas dezenas de tentativas de explicação para entender o abalo do voto no Chega: são, garantem-nos quase todos os analistas, o voto de 22% de portugueses que estão zangados, revoltados, com a governação, com o sistema, com o regime. E há que compreendê-los. Pois, por mim, não me darei a esse trabalho: eu também estou zangado com a governação do país, com a falta de categoria da classe política actual, mas isso não me leva a estar zangado com a democracia. A democracia é o sistema de um homem, um voto, em que todos que quiserem são chamados a escolher quem nos deve governar. Podemos queixar-nos dos candidatos, das escolhas ou do desempenho, não do regime. A menos que se prefira que seja alguém a escolher por nós, alguém que, como dizia Salazar, se ocupe por nós da política, deixando-nos a tarefa de tratar da nossa vidinha. Essa alternativa chama-se ditadura.

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