Uma notícia transportou-me para o precioso ensinamento passado sobre o poder alquímico dos espermatozoides
As senhoras que me leem e estão perto da minha idade devem conhecer um certo discurso que fez parte do nosso crescimento. No início da adolescência, ainda não percebíamos o que era um ciclo menstrual nem a sua divisão em fases, avisaram-nos sobre o perigo de se usar casas de banho fora de casa. Corria-se risco de gravidez. Na escola, nos intervalos e faltas dos professores, escutei dramáticas narrativas sobre meninas que haviam engravidado por se sentarem numa sanita. Seriam espermatozoides globetrotters, habituados a longas e difíceis jornadas. Algumas alunas conheciam alguém que conhecia alguém a quem sucedera a má sorte. Isto amedrontaria as raparigas para o perigo que constituía a masculinidade, especificamente certos fluidos masculinos. Os homens, os lugares de homens, eram para se evitar.
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