Elon Musk e os evangélicos radicais concordam que a empatia é um vírus, uma fraqueza da civilização ocidental. O “outro” é apenas dano colateral
Pouco antes de se tornar numa espécie de czar informal dos cortes e desmantelamentos na Administração norte-americana, Elon Musk declarou no podcast de Joe Rogan que a “empatia” era um vírus, um bug no sistema moral, uma fraqueza da civilização ocidental: “Sim, enfim, acredito na empatia, que devemos cuidar dos outros e tal… mas tem de haver empatia como um todo e não cometer um suicídio civilizacional.” Se Musk fosse apenas o homem mais rico do mundo, com o hábito de despedir funcionários por tirarem o dia para ver um filho recém-nascido (como se conta numa biografia) ou de fazer bullying a desconhecidos na rede social que comprou e abriu a extremistas ainda vá. Mas, dias depois de ter dito que o problema era “a empatia ter-se tornado numa arma”, Musk assumia o agora famoso departamento de eficiência — o DOGE — e mostrava o que queria dizer quando disse que ser desprovido de tal sentimento era essencial para ser “eficiente”. Estou a ser irónico. Atualmente é preciso assinalar.
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