Não sou de modas. Não só não sou como fujo. Há no seguidismo um sopro de rebanho que me assusta
Ia na estrada, viagem longa, só eu e o volante e a música que me embala e me dá combustível para esta ou aquele ideia. Das gravações onde juntei nostalgias aleatórias surge ‘Follow You, Follow Me’. Lembro-me bem da canção, eu tinha 15 anos, adorava os Genesis e vivi uma espécie de grande cisma, os fãs divididos, eu entre os revoltados, a apontar, ai que o Phil Collins está a azeitar os Genesis com as suas baladinhas. Ia na estrada, só eu e os meus botões, como andamos cada vez mais, dá-me para pensar muito no evidente, que nasci sozinho e um dia assim partirei e não há nada a fazer, nenhuma fórmula de evitar o andamento do mundo, mas isso é para outras rosários. Ia na estrada e sorrio, gosto da ‘Follow You, Follow Me’. Quero lá saber se na adolescência tínhamos pavor de parecer sentimentais, e porque sorrio e olho mais fundo na estrada quase deserta, tão desabitada que parece que sou só eu e o mundo e mais ninguém, como nascer ou morrer, afinal.
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