Aquilo que resta ao político avisado é manter a posição sem desvios de rumo. Mesmo que não exista um rumo
O jornalismo costumava ser uma sólida previsão do tempo político, uma meteorologia de confiança. O bom jornalismo necessitava de uma mente ancorada na lógica, no raciocínio lógico. Não se tratava apenas de ser o guardião da ética ou o monopolista de juízos éticos sobre a política, ou melhor, os políticos, os seres de carne e osso que se movimentam mais ou menos autonomamente no palco das paixões políticas, embora houvesse uma tendência para dispensar moralismos à esquerda e à direita. Tratava-se de informar recorrendo à lógica e aos rigores da lógica, mesmo lidando com as imprevisibilidades do comportamento humano e com as falhas e falências. Todo o século XX, nos melhores e mais gloriosos momentos e nos piores, foi dominado por este jornalismo, pela atenção à realidade sem cair na tentação especulativa. Pelo relatório mais ou menos rigoroso da realidade.
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