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Opinião

Orwell, em Budapeste e esteroides

Começa a haver cada vez menos razões para ver diferenças entre os velhos fascistas e estes autocratas de agora

A esta altura do campeo­nato já toda a gente percebeu que a instrumentalização da liberdade de expressão pela extrema-direita não passava disso — de uma instrumentalização. Os supostos “absolutistas da liberdade de expressão” serviram-nos em primeiro lugar uma definição impraticável e inconcebível da liberdade de expressão para impedir qualquer tipo de combate razoável à mentira, à calúnia e ao discurso de ódio. Depois amplificaram-na até à exaustão como forma de acusar os seus adversários de censores, o que fez levantar logo o sobrolho a quem quer que tivesse um pingo de noção do que significa “projeção”: eles só acusavam os outros daquilo que verdadeiramente estava nos seus planos. O resultado está à vista: uma vez chegados ao poder, logo começaram os banimentos de palavras, as expulsões de jornalistas, o combate às universidades, tudo como prelúdio à censura da velha escola.

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