Conseguem imaginar quantas atrizes já foram nomeadas para o Óscar devido ao papel de prostituta? Mais de quarenta. E estamos a falar só das nomeações
Conseguem imaginar quantas atrizes já foram nomeadas para o Óscar devido ao papel de prostituta? Mais de quarenta. E estamos a falar só das nomeações. Num meio artístico ainda dominado por escritores e argumentistas homens, a prostituta continua a ser o papel-padrão que mais notoriedade artística garante à mulher, à atriz. “Anora”, história de uma prostituta, ganhou o Óscar há dias, não foi? Mas sabem o que é mais caricato? O seu autor, Sean Baker, um predileto da esquerda americana, só faz filmes sobre prostitutas. É um pouco caricato: as suas personagens femininas são sempre prostitutas, sempre. Gosto imenso de um destes filmes, “The Florida Project”, mas, às tantas, uma pessoa tem de perguntar: só vês a mulher enquanto quenga? Ela é a quenga má, a quenga boa, a quenga mártir, a quenga fria e amoral, a quenga vítima, a quenga dominadora, mas é sempre quenga.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt