Exclusivo

Opinião

Isto é que é gozar com quem trabalha

E assim se
instala o cansaço, 
o desinteresse 
e o desânimo num país onde os mais novos só pensam em emigrar e os próprios primeiros-ministros fogem assim que têm uma oportunidade

Há uma categoria de portugueses, por sinal maioritária, que comete a proeza de viver sem o dinheiro do Estado, sem os favores do Estado e sem o cartão do partido no bolso e que assim tenta viver e prosperar. Mais ainda: eles abrem caminho tendo o Estado como obstáculo omnipresente, esmagados de impostos, burocracia e perdas de tempo. Ao contrário do que o primeiro-ministro nos disse sábado passado, são eles e não os 11 meses de governação desta maioria, os responsáveis por Portugal ter neste momento uma das mais altas taxas de crescimento na Europa, a dívida pública controlada, o emprego em máximos e a inflação abaixo dos aumentos salariais. São estes portugueses — indivíduos e empresas — que com o seu trabalho, os seus investimentos, os riscos assumidos, conseguem compensar e sustentar com os impostos que pagam o eterno crescimento da despesa autofágica do Estado. E sem nada receber em troca: a saúde pública, por mais dinheiro nela investida, não se recomenda a ninguém; a escola pública existe para servir os professores e não os alunos; a justiça serve, primeiro que tudo, para perpetuar privilégios de casta não sindicados. Na verdade, a única coisa que esta categoria de portugueses quer é que os deixem viver e trabalhar em paz. Que a política e os políticos — que teoricamente estão ao serviço do bem público e servem para resolver problemas — não sejam eles próprios um problema.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate