O debate atual sobre os limites dos poderes presidenciais é, em si mesmo, um sinal de vitalidade democrática
O semipresidencialismo português é um objeto político não identificado. Tão dúcteis são as suas fronteiras que Blanco de Morais o qualifica “de geometria variável”. E tão variável é que há quem se recuse reconhecer-lhe mesmo a qualidade de semipresidencialismo, contrapondo que o nosso sistema é, na verdade, parlamentar. Quando os próprios juristas divergem, aconselha o bom senso que se moderem interpretações excessivamente assertivas, e desqualificações apressadas. Distintas interpretações dos poderes do Presidente da República são a pedra de toque do semipresidencialismo português, como explica Octávio Amorim Neto no capítulo que escreveu para a obra “The Oxford Handbook of Portuguese Politics”.
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