Dificilmente as empresas poderão suportar casa e formação dos imigrantes que contratem. Não é má vontade, é economia
É provável que, por estes dias, salte um coelho da cartola do Governo para resolver a equação impossível em que se meteu com a via verde para a imigração. A ideia nasceu para acelerar o recrutamento de trabalhadores estrangeiros, em sectores onde esta mão de obra é vital, mas para isso é necessário que as empresas garantam habitação digna e formação a quem chega. Sem surpresa, os patrões querem dividir os custos com o Estado. Não é má vontade, é economia. Por mais que se ache, como eu acho, que os imigrantes merecem um tratamento digno. Quando decidem quantos trabalhadores contratar, as empresas têm sempre em conta o salário que pagam (um custo a que acresce Segurança Social) e a produtividade esperada do seu trabalho. Pagar acima da produtividade é receita garantida para o fracasso. E é isso que a via verde está a exigir às empresas: somar a despesa adicional com habitação e formação.
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