Com Trump e os seus mais de 50 milhões de votos acabou-se a fé na bondade da espécie humana e entramos num mundo e num tempo desconhecidos, mas tenebrosos
Se emigrar fosse um crime, Portugal estaria entre os países com mais criminosos do mundo. De agora para trás, desde os incontáveis milhares de jovens que vimos emigrar para Inglaterra, países nórdicos ou Austrália quando o Estado português foi à falência, em 2008, passando pela grande vaga de emigração dos anos 60 do século passado com destino a França e Alemanha, ou recuando aos finais do século XIX e início do século XX, quando os nossos partiram para o Brasil para serem padeiros no Rio, trabalhadores das roças de café em S. Paulo ou seringueiros na Amazónia, ou quando os Açores se despovoaram para abastecer os baleeiros americanos nas duas costas ou para construir o Canadá, ou ainda muito mais além, quando os que daqui saíram ajudaram a povoar e mapear, entre outras coisas, o Brasil inteiro, deixámos a nossa pegada criminosa em todo o lado. Pois que, se isto é um crime, o mundo está cheio de actuais e descendentes de criminosos de origem portuguesa.
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