Opinião

Um presidente inseguro numa cidade segura

Um presidente inseguro numa cidade segura

Davide Amado

Presidente da Concelhia do PS de Lisboa

Lisboa precisa de um presidente que resolva os problemas, em vez de gastar os recursos a disfarçá-los com propaganda

Um presidente de Câmara preocupado com a sua cidade e com os seus habitantes não deveria estar sempre a repetir como ela é insegura e perigosa. A Carlos Moedas interessa transmitir uma ideia de insegurança para agradar a uma parte do eleitorado que fugiu para a direita do PSD, mas também para depois poder aparecer como a figura de um xerife, capaz de restabelecer a ordem pública.

Infelizmente para ele, e felizmente para os lisboetas, as estatísticas sobre segurança desmentem a falsa realidade que tenta criar. A narrativa “moediana” não resiste a uma análise mais aprofundada. E quando confrontado com o erro nos factos que apregoa, Moedas insiste no que apenas ele vê: há mais crime, mesmo quando os números mostram o contrário…

Uma análise mais profunda mostra como, também nesta área, o autarca não fez nada para além de propaganda. A instalação de câmaras de videovigilância nas zonas mais sensíveis da cidade foi sendo adiada, e agora, em ano de eleições, Moedas tenta a todo o custo disfarçar e corrigir a falha. Se a segurança fosse uma preocupação genuína, a medida já teria sido implementada há muito tempo.

Mas a incompetência não é novidade na governação de Moedas que está focado em entrevistas e filmes para as redes sociais, que não passam de um ilusionismo que os lisboetas já identificam e que começam a não apreciar. Prometeram-lhes Novos Tempos e servem-lhes Novos Truques.

Um presidente de Câmara deveria ter como primeira preocupação projetar uma boa imagem da sua cidade. Não é o que se verifica com Carlos Moedas, que se queixa constante e repetidamente nos meios de comunicação de como Lisboa é uma cidade perigosa. Com isso consegue afugentar turistas e investimento, que preferem a segurança acima de tudo, e atormentar a paz de espírito de todos os que aqui vivem e trabalham.

Se a isto juntarmos o atual estado de sujidade da capital, a falta de fiscalização dos horários de estabelecimentos comerciais, sobretudo horários noturnos, e o trânsito selvagem, percebemos como este presidente conseguiu o pleno na péssima impressão com que fica quem nos visita ou planeia investir aqui.

Lisboa precisa de um presidente que trabalhe para os lisboetas e não para o seu ego. Lisboa precisa de um presidente que resolva os problemas, em vez de gastar os recursos a disfarçá-los com propaganda. Lisboa precisa de um presidente que seja parte da solução e não do problema. Com menos queixinhas, mais determinação e coragem. Mais do que Novos Tempos, os lisboetas precisam de Novas Soluções.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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