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Opinião

Guerra de tarifas para totós

Guerra de tarifas para totós

João Silvestre

Editor Executivo

A história mostra como as guerras de tarifas não têm sucesso. Não é por isso que Trump não avançará

Em 1930, o Congresso dos EUA aprovou o Smoot-Hawley Tariff Act, que agravou direitos aduaneiros sobre mais de 20 mil produtos. É considerado um dos pacotes tarifários mais duros da história americana. É verdade que talvez não tenha sido tão mau como o pintam, só que não serviu para nada. Estrago inútil, por menor que seja, não deixa de ser inútil. O livro “Peddling Proteccionism”, do economista Douglas Irwin, do Dartmouth College nos EUA, um dos grandes especialistas no tema, não deixa grandes dúvidas. Não só o Smoot-Hawley não teve qualquer culpa na Grande Depressão como não tem sequer responsabilidade na maior parte da subida das tarifas. Parece estranho? Talvez, mas são os números de Irwin: a tarifa média passou de 40,1% para 59,1% entre 1929 e 1932 e só um terço deste salto teve a ver com o Smoot-Hawley. O restante veio da Depressão e da queda dos preços, já que os direitos são, em muitos casos, valores fixos. E o resultado desiludiu: não ajudou os sectores que pretendia e penalizou os restantes.

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