A ideia de que os pobres votam à esquerda e os ricos à direita não é certa. A guerra de classes no debate político não passa hoje de um mero conceito do passado, desajustado da realidade
Daniel Oliveira escreveu no Expresso online que o processo de gentrificação que está a mudar Lisboa irá limitar a possibilidade de a esquerda voltar a ganhar o poder local na capital. Num anterior artigo tinha já escrito que “a diminuição do peso dos pobres e da classe média em Lisboa favorece, do ponto de vista estritamente eleitoral, Carlos Moedas e aliados”. É uma espécie de teoria da substituição, segundo a qual “a expulsão dos pobres” terá decretado a derrota de Fernando Medina, e que, à boleia deste alegado facto, Carlos Moedas adotou desde então uma estratégia para transformar Lisboa num condomínio de luxo pintalgado por alguns bairros sociais que funcionam como guetos para os indesejados.
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