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Opinião

O seu algoritmo é um pequeno fascista

Se no campo das notícias as pessoas querem que a verdade seja um bem de consumo como outro qualquer (pós-verdade), no campo do gosto cultural estamos a entrar no pós-empatia

Reparem nesta cena, comum num passado recente: o miúdo faz a sua vida de bicicleta; não, não “pratica desporto” em “ciclovias” separadas da orgânica do bairro, anda mesmo de bina enquanto hábito, enquanto transporte de casa para qualquer lado. A bicicleta avaria e ele, até sem dizer aos pais, vai a casa de um amigo que é bom a consertar binas, ou esse amigo tem um tio que é jeitoso com as mãos, ou vai mesmo à oficina do bairro falar com o mecânico, que depois nem lhe cobra nada, foi só um jeitinho. Mais tarde, este rapaz já tem carro, que também avaria. O processo repete-se: vai a casa de um amigo ou vai à garagem do bairro onde o mecânico faz o trabalho por dá cá aquela palha.

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