Está em jogo a fragmentação do sistema financeiro global e a erosão da influência do dólar
Ao estabelecer recordes consecutivos, o ouro dissociou-se dos seus drivers históricos: taxas de juro, inflação e dólar. Este comportamento all-weather sinaliza algo que vai além da economia e da geopolítica. Em 2024, o preço de uma onça de ouro aumentou quase 50% e qualquer recuo atraiu ainda mais compradores. A subida foi linear, apesar de oscilações bruscas nas taxas diretoras dos bancos centrais, de uma ampla margem de flutuação para os rendimentos, da queda da inflação e da volatilidade do euro e do dólar americano (USD). A jornada de preços sugere compras consistentes dos bancos centrais estrangeiros. Tal não está apenas relacionado com o desejo de diversificar reservas do dólar, apesar do “excecionalismo económico” dos EUA: há interesse em explorar alternativas ao sistema de pagamentos baseado em dólares.
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