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Opinião

Um ano cheio de propriedades

Um ano cheio de propriedades

Henrique Monteiro

Ex-Diretor; Colaborador

Há mais de meio século, ainda vivíamos sob a espada da Guerra Colonial, todos os fins de ano a RTP, único canal de televisão que existia, transmitia mensagens dos nossos soldados em África. A alfabetização era o que se sabe e, em fila indiana, os magalas apresentavam-se junto de um colega (?) meu de microfone em punho e desejavam aos pais, às madrinhas, às esposas, às noivas, às namoradas, aos filhos (se houvesse), aos irmãos e a toda a família feliz Natal e um Ano Novo cheio de prosperidade. Não sei quem lhes dava tal ­guião, mas metade deles, ou quase, acabava a desejar um ano cheio de propriedades, palavra a que estavam mais acostumados do que ‘prosperidade’.

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