Todos nós temos experiências terríveis na família, na escola, num tribunal, numa esquadra, numa faculdade, num hospital — a diferença está na forma como respondemos
“The Penguin” é um estudo sobre o mal, ou melhor, sobre as diferentes faces do mal. O Penguin, ou Oz (Colin Farrell), representa o ser humano que é mau na raiz; é um sociopata, é amoral. Não estamos no campo de Lúcifer, mas sim no campo da “BBC Vida Selvagem”. A alcunha animal é aqui preciosa, porque, tal como um bicho, ele não sabe se está a ser bom ou mal, está apenas a sobreviver na selva urbana. Este Penguin de Lauren LeFranc é como Ricardo III de Shakespeare: nasceu física e mentalmente deformado e não demonstra vontade para corrigir essa deformação. Não se pense que é inevitável ser ruim quando se nasce psicopata ou sociopata: apesar de não conseguirem sentir as emoções do lado da ternura, muitos sociopatas escolhem o caminho da decência e da moralidade usando para isso a razão e o livre-arbítrio. Não o sentem, mas sabem que o bem existe e atuam de acordo com esse raciocínio. Se não acreditam em mim, leiam “Sociopath — a Memoir”, de Patric Gagne, ou “The Psychopath Test”, de Jon Ronson.
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