Ser solidário com causas tornou-se o formato aceitável de bondade. A palavra não é sequer usada
Apanhei a frase na rua, de passagem. “O mundo precisa de mais bondade.” Saiu de um grupo de universitários que descia a Avenida da Liberdade. Embora estejamos quase no Natal, estranhei. Justificadamente. Outra voz se elevou no grupo e corrigiu: “O que tu queres dizer é que o mundo precisa de mais bondage.” Riram todos. Era isso. Bondage. O mundo erotizado do domínio, submissão e outras parafilias normalizadas, sobre os quais estamos autorizados a falar e a praticar, para conseguirmos, enfim, libertar-nos de preconceitos que nos amarram. Bondade é que não.
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