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Opinião

Deus pare a América!

A vitória de Trump não é a derrota de tudo aquilo que desde sempre acreditámos que era o patamar mínimo da decência

Já percebi que agora é de bom-tom a autoflagelação pela vitória de Trump nos Estados Unidos. A explicação intelectualmente correcta é a de que as elites não souberam perceber o fosso criado para o povo, o povo excluído pela globalização — que, afinal, não foi boa, mas sim má —, e que esse bom povo, maltratado por quem lê livros e pretende governar por antigas regras de decência democrática, encontrou refúgio nas ideias simples e práticas de um bilio­nário que não respeita regras nem conhece a decência, mas que lhe prometeu a salvação numa guerra sem tréguas contra um inimigo comum: a elite e os imigrantes. Dêmos isso de barato, factualmente, se bem que isso equivalha a fazer tábua rasa do facto histórico de os Estados Unidos da América serem um país construído por imigrantes e unido por regras consensualizadas por elites.

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