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Opinião

Ricardo Salgado, o direito e os costumes

Ricardo Salgado, o direito e os costumes

Henrique Monteiro

Ex-Diretor; Colaborador

Havia (e penso que ainda há) uma tradição jurídica segundo a qual “mores praecedit iure”; ou seja, a moral, no sentido de costumes, o modo de fazer entendido como tradição, precede, ou é, uma fonte da lei. Qual o sentido de levar um homem com doença de Alzheimer em estado avançado a um banco dos réus?

Começa hoje o julgamento do BES e já não era sem tempo. No banco dos acusados sentar-se-ão muitas pessoas, mas as atenções estarão viradas para o ex-DDT (Dono Disto Tudo), Ricardo Salgado, uma pessoa em tempos poderosa, arrogante e, do meu ponto de vista, nada simpática. Poucos terão dúvidas sobre a sua culpabilidade; uma série de pessoas estarão à porta do tribunal para reclamarem do facto de terem sido enganadas pelo banco do todo-poderoso DDT (embora essa seja outra história); nenhuma, das muitas que beneficiaram da sua conduta (de membros de governos a engraxadores diligentes) estará a apoiá-lo. Ele entrará alheado, apoiado na mulher, ou já em cadeira de rodas, e estará dentro da sala porque a juíza que preside ao julgamento recusou um pedido de dispensa, apresentado pela defesa do ex-banqueiro

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