Estamos a construir muros mais altos entre nós, a ver o mundo a preto e branco, a cair na armadilha do “ou estás comigo ou estás contra mim”
“Nem oito nem oitenta” ou “no meio está a virtude” são frases que ouvi repetidamente durante a minha infância e juventude, vindas da boca da minha mãe, uma mulher profundamente conservadora. Para ela, e para muitos da sua geração, a ideia de uma posição moderada era a garantia de que a vida seguia o seu curso sem grandes abalos. O meio, o “equilíbrio”, era visto como um espaço de segurança, onde as mudanças não eram disruptivas e o progresso, quando acontecia, fazia-se lentamente e com muito cuidado. Na verdade, ainda muito jovem, eu detestava estas frases, pois pareciam-me cúmplices de uma sociedade estagnada, adversa à mudança e à transformação.
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