Num mundo com um Deus explícito e comprovado como um facto científico, um Deus como rei sentado num trono visível, não haveria arte — só haveria documentários
É um momento quase religioso: ouvimos pela primeira vez uma música que adoramos à primeira; até parece que a ouvimos há anos e anos, parece uma velha amiga que emite os seus acordes a partir de um tempo eterno que está sempre à nossa espera; um eco de Deus. Está a ser assim com uma música que Dulce Pontes. O som operático é de Christopher Tin, a letra é um soneto de Camões, ‘Passou o Verão’. Musicalmente, é de novo a mistura entre o fado e a clássica, com Tin no lugar de Morricone. Na essência, é um poema sobre o silêncio de Deus perante o ocaso ou a tragédia. E digo-vos só isto: que esta música seja quase desconhecida entre nós é em si uma tragédia.
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