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Opinião

Controlar preços é um tiro no pé

Controlar preços é um tiro no pé

João Silvestre

Editor Executivo

Sempre que a inflação dispara, ganha asas a tentação de fixar preços máximos. Parece um ovo de Colombo, mas não é

Quando me falam em controlo de preços, recordo-me sempre da forma como Nicolás Maduro lidou com a hiperinflação na Venezuela há menos de uma década. O resultado foi tal e qual o que diria qualquer manual de Economia: prateleiras vazias, empresas a falir em série e longas filas à porta das lojas. Fixação de preços para combater a inflação não só não funciona como acaba a provocar problemas maiores. Comprovámo-lo na Venezuela já no século XXI, mas vimo-lo também na estagflação dos anos de 70 nos EUA, com a Administração Nixon. Kamala Harris, numa versão ainda pouco definida e não tão drástica quanto a de Maduro, também tem ideias semelhantes. (O que, em caso algum, não impede que seja uma candidata infinitamente melhor do que Donald Trump.) Por mais que a história nos alerte, a rea­lidade é que os políticos têm enormes dificuldades em resistir à tentação. É compreensível que assim seja no atual contexto. A inflação está perto de regressar ao ‘normal’, mas houve uma subida do nível de preços que veio para ficar. Ao mesmo tempo, algumas empresas e sectores lucraram bastante na fase inicial do surto inflacionário.

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