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Opinião

O homem que quer intimidar as democracias

Elon Musk não é, ao contrário do que a sua vaidade e a lisonja dos seus seguidores gostaria de fazer crer aos incautos, um paladino da liberdade de expressão

No passado dia 4 de agosto, perante motins em terras britânicas provocados por rumores falsos lançados na sua rede, Elon Musk escrevia que “a guerra civil é inevitável” no Reino Unido. Se fosse mesmo inevitável a tal guerra civil, o papel do próprio Elon Musk não deixaria de ter contribuído muito para isso, ao amplificar as falsidades de um conhecido provocador de extrema-direita, já suspenso de várias redes sociais no passado, que propagou a mentira de que o culpado pelo assassínio de três crianças no país era um imigrante muçulmano e não um cristão nascido cidadão britânico. Só as mentiras dessa conta chegaram a 434 milhões de visualizações, as de outras com rumores equivalentes chegaram a mais de mil milhões de visualizações, e os políticos como Nigel Farage, que contribuíram para inflamar os ânimos, limitaram-se depois a encolher os ombros e a dizer que tinham “visto na internet” quando confrontados com os danos causados pelo ódio. Perante a reação do Governo e dos tribunais britânicos, Elon Musk decidiu publicar uma imagem racista insinuando que o sistema judicial britânico é dominado por muçulmanos.

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