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Opinião

O lince, vítima da proteção da vida selvagem

A dignidade intrínseca dos animais concretos impõe que o valor mais relevante a atender, neste tipo de situações, seja o da sua efetiva proteção e do seu bem-estar

Foi notícia, há uns dias, que um caracal, espécie de lince protegida, tinha sido retirado a uma família que o havia adquirido ilegalmente há seis anos. A situação gerou profunda comoção pública, pois o animal fora adquirido em bebé e, não obstante a ilegalidade, dificilmente sobreviveria em cativeiro ou se adaptaria à vida em meio selvagem, encontrando-se em profundo sofrimento. Provisoriamente o lince, de nome “Bores”, foi devolvido à família, até que fosse concluído o processo de contraordenação em curso. Infelizmente, depois de encetar esta coluna, “Bores” faleceu, provável consequência da sedação. Uma ação que teve como objetivo “a proteção de espécies da vida selvagem com o intuito de prevenir, detetar e reprimir situações de tráfico, exploração, comercialização e detenção de espécies protegidas em cativeiro” terminou na morte de um animal. Segundo as notícias, “Bores” vivia dentro de uma quinta, onde se deslocava livremente e de modo seguro, convivia com outros animais e humanos, tinha uma alimentação adequada à sua espécie, era saudável e acompanhado por veterinários.

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