No último século, a população de Portugal com 65 anos passou a contar viver o dobro do tempo, e a proporção de nascidos com esperança de atingir os 65 anos subiu de 34% para 89%
No último século, a população de Portugal com 65 anos passou a contar viver o dobro do tempo, e a proporção de nascidos com esperança de atingir os 65 anos subiu de 34% para 89%. Vivemos, em média, mais anos do que no passado e somos hoje muito diferentes dos nossos pais ou avós quando tinham a mesma idade cronológica que nós: mais escolarizados, mais próximos das novas tecnologias, mais conectados em redes, com mais individualidade e trajetórias de vida familiar e profissional menos lineares. O ambiente social também se modificou. Portugal deixou de ter assegurada a substituição de gerações, a idade média das mães ao nascimento do primeiro filho já é superior a 30 anos, a maioria dos nascimentos acontece fora do casamento, existem mais pessoas nas idades superiores e menos nas idades jovens, o número de gerações em simultâneo cresceu, as relações sociais são mais efémeras e maleáveis, a inteligência artificial está mais presente nas nossas vidas. As crianças de hoje, quando crescerem, serão também elas bem diferentes de nós e viverão em ambientes diversos, muitos deles ainda nem antecipáveis. Em 2016, o Relatório do Fórum Económico Mundial já notava, aliás, que 65% das crianças que entravam nas escolas iriam trabalhar em funções que ainda não existiam.
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