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Opinião

O fim do petróleo é um mito

O fim do petróleo é um mito

João Silvestre

Editor Executivo

A Saudi Aramco acredita que o motor a combustão está para durar. E aposta nisso. Devemos acreditar?

É impossível convencer alguém que fatura milhares de milhões de dólares a vender barris de crude que o petróleo vai desaparecer. Menos ainda convertê-lo a um mundo mais verde, movido a eletricidade, onde não há combustão nem emissões de dióxido de carbono. Principalmente se esse alguém se chamar Yasser Mufti e for vice-presidente executivo da Saudi Aramco, a petrolífera saudita que é a maior do mundo. Mufti garantia esta semana ao “Financial Times” que os motores a combustão vão conti­nuar por “muito, muito tempo”. Calcula até que, ao contrário do previsto por vá­rios dos maiores construtores que contam terminar as vendas de carros a combustão entre 2035 e 2040, ainda serão cerca de metade do total na viragem da primeira metade deste século. Disse isto a propósito do anúncio da compra de 10% do capital da Horse Powertrain, uma empresa que se dedica à produção de motores a combustão criada há dois meses pela Renault e pela Geely. A petrolífera saudita gastou 740 milhões de dólares (€683 milhões) nesta operação porque acredita que o negócio está para durar. A Horse Powertrain tem escassas semanas de vida e vale quase €7000 milhões.

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