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Opinião

Ilusão e realidade

O regime de quatro dias de trabalho é potencialmente benéfico para empresas e trabalhadores. O projecto-piloto confirma essa percepção, mas reforça a convicção de que não é para todos

A última edição deste jornal publicou o resultado de um projecto-piloto realizado em Portugal sobre a semana de quatro dias em que “trabalhadores e empresas dizem ‘sim’”. A minha questão hoje é: “que trabalhadores”? “Que empresas”? A semana de quatro dias, actualmente em análise, não é um tema recente. É discutido desde 2007, mas divulgou-se e robusteceu após a covid, cujas circunstâncias desencadearam uma onda de diferentes formas de contacto, possibilitadas pela evolução tecnológica. A mais difundida dessas alterações terá sido a viabilização do trabalho à distância, que, em muitos casos, veio para ficar. As reacções que ocorrem quando se alteram os comportamentos tradicionais têm sempre componentes tão atractivas como assustadoras, efeitos tão certos como duvidosos, tão justos como discriminatórios. A proposta de alteração do formato de trabalho de cinco para quatro dias tenta evitar essas reacções, construindo-a toda sobre argumentos favoráveis aos trabalhadores pela melhoria da sua qualidade de vida. Evidencia-se a inegável importância que actualmente se sabe existir para o bem-estar pessoal, das actividades de lazer e desporto e do equilíbrio entre a vida profissional e familiar. Para as empresas, invocam-se as vantagens de um aumento de produtividade dos trabalhadores que resulta de uma maior motivação no trabalho a realizar.

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