O combate à inflação tem sido um sucesso. A taxa está quase nos 2%. Mas ainda não chegou lá, e há riscos
Os banqueiros centrais são sempre cautelosos. Tudo o que dizem ou fazem é escrutinado até ao mais ínfimo detalhe. Para tentar perceber para onde pendem as taxas de juro e o que o futuro nos reserva. É nas expectativas dos agentes económicos que está o segredo do controlo dos preços: se todos acreditarmos que a inflação futura vai disparar, é natural que dispare mesmo. Quando Christine Lagarde dizia esta semana, em Sintra, que o Banco Central Europeu (BCE) não descansará “até que o jogo esteja ganho e a inflação esteja de volta aos 2%”, era nas expectativas que estava a pensar. Lagarde não diz o que vai fazer, nem poderia fazê-lo. Quis apenas manter a pressão numa altura em que a inflação ainda está acima da meta de 2%. Baixou muito desde que tocou nos dois dígitos e está tão próxima do objetivo que já houve uma primeira descida das taxas diretoras. Mas convém não dar sinais errados.
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