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Opinião

Quatro questões de Alcochete para o tempo responder

Nos últimos 53 anos, esta é a quinta vez que se decide a localização do novo aeroporto. É, pois, normal que também desta vez exista a possibilidade de nunca vir a ser construído

Há uma espécie de obrigação moral sobre a questão do novo aeroporto de Lisboa. Não pode um país andar anos a pedir que decidam a sua localização para não dar o benefício da dúvida à escolha feita. Nenhuma das opções alguma vez seria consensual. Nos longos anos que se seguem, choverão críticas, polémicas, manifestações de ecologistas radicais (que já devem estar a comprar as correntes para se prenderem aos milhares de sobreiros que serão cortados) e várias mudanças de Governo e de política. É como diz a sabedoria popular, “a procissão ainda vai no adro”. Contudo, uma coisa é certa, depois de muitos anos a fingir que era difícil definir a localização de um novo aeroporto, eis que o Governo decidiu. É verdade que todo o trabalho técnico já estava feito, mas Montenegro teve a coragem que outros não tiveram. Para um político é sempre mais difícil avançar com obras que jamais irá inaugurar. Muito provavelmente nem a primeira pedra terá o prazer de lançar. Na política portuguesa estes casos são raros. As boas notícias acabam onde começam as incertezas e a escolha de Alcochete levanta muitas dúvidas. Quase todas só o tempo responderá.

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