Agora, querem-me convencer de que se “vivia bem” no Estado Novo. Também tenho umas histórias de realismo mágico para contar
Tenho um grande osteopata. É o melhor dos osteopatas. Bem sei que toda a gente tem a tendência para dizer o mesmo do seu. Mas o Eugénio é incomparável. Desde que não se trate de questões ósseas, ele mete as manápulas e desliza os dedos pela dor, ou corre os tecidos fibrosos com uma espécie de lâmina metálica, onde foi colocada cera de abelha, que passa pela zona afetada — e tão doloroso é aquilo que lhe grito todos os nomes feios que me ocorrem do meu vasto vocabulário de calão. E, normalmente, fico melhor, muito melhor das mazelas. O Eugénio vai regularmente aos EUA tirar cursos, até porque lá a profissão de osteopata é reconhecida; e porque aprendem em cadáveres — coisa que cá não acontece —, fica literalmente por dentro dos segredos do corpo humano. O osteopata, ao contrário do que às vezes ouço dizer, não é um endireita.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt