Não obstante a natureza recorrente do tema da sustentabilidade da Segurança Social, a sua abordagem tende a ser demasiado redutora para constituir uma reflexão séria
Recentemente, questionada uma plateia de jovens universitários sobre a expectativa de algum dia virem a ser beneficiários da Segurança Social, o descrédito era transversal. A expectativa de algum dia auferirem uma pensão que, de facto, os sustente na velhice é baixa ou nula. Um grupo de jovens, a grande maioria prestes a licenciar-se e sem experiência profissional, para quem o conceito de subsídio de desemprego é irrelevante. Saudáveis, qualquer proteção na doença afigura-se desnecessária. Sem filhos e com pais ainda ativos, a conciliação da vida profissional e familiar não constitui um desafio. Assim, quando confrontados com a ideia de que, direta ou indiretamente, já teriam sido ou eram beneficiários, a dúvida instalou-se nos seus rostos. São este descrédito e esta dúvida que incutem pertinência à instituição do Dia Nacional da Segurança Social que se celebra no nosso país há 40 anos, no dia 8 de maio. Porque, ainda hoje, passados praticamente 50 anos da nossa Constituição consagrar no seu artigo 1º Portugal como “uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”, carece de concretizar o que esteve na essência da criação deste dia, ou seja, que “importa que todos conheçam o que é a Segurança Social, o que faz, como atua, com que meios”.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt