Raramente procuro na infância todos os males de que alguém se queixa, ainda que reconheça que não passamos por ela incólumes. Mas acredito na grande capacidade que temos de dar a volta às suas vicissitudes e, sobretudo, que não devemos passar a vida a queixarmo-nos do que nos aconteceu. Nesta história, a infância tinha sido feliz, numa família organizada, afetuosa, liberal, na medida em que o podia ser à época. Conheci-o muito cedo, a vida afastou-nos, mas de vez em quando juntou-nos, por aqueles acasos profissionais e sociais que nos vão acontecendo. Eram sempre encontros felizes, com muitas histórias de amigos comuns, eu mais ouvinte, ele um grande conversador e cheio de graça. Um dia telefonou-me, já tinham passado muitos meses sobre o nosso último jantar, no aniversário de um amigo comum.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt