A série mais popular do nosso tempo mantém os dois grandes clichés sobre a sexualidade feminina: a mulher ou é santa ou é depravada; ou temos assexualidade ou uma sensualidade incontrolável e viciosa. Entre estes dois mitos, a freira santa e a gaja impura, a Guerra dos Tronos – como tantas outras – não tem uma mulher com uma sexualidade normal e enquanto expressão de amor ou desejo. Não tem mulheres enquanto personagens densas e complexas, tem apenas mitos que são espelhos de obsessões masculinas; perdão: não são masculinas, são misóginas
Vale a pena voltarmos à ideia da misoginia tão entranhada que nem se dá por ela.O tal machismo enquanto estrutura mental é isso mesmo: faz parte da mobília de sempre, está nas séries que julgávamos neutras sobre o mal humano de serial killers; ou está mesmo na série mais popular deste século, que é popular precisamente porque encaixa como uma luva em quase todos os mitos machistas sobre as mulheres.
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