As regras do jogo ficaram assim aparentemente estabelecidas: o Governo minoritário quer governar sem a oposição da oposição; a oposição quer que o Governo consiga governar contra a oposição maioritária
As coisas não começaram bem, mas pode ser que melhorem. As primeiras impressões não foram auspiciosas: na extrema-esquerda, PCP e Bloco são e serão contra todas as medidas do Governo e tudo farão para lhe tornar a vida impossível e a governação um inferno; na extrema-direita, o Chega rivalizará com eles no populismo e na demagogia, com a agravante de achar que não tem nada a perder e tudo a ganhar com a instabilidade do país e com a chantagem a que permanentemente tentará submeter Montenegro. Na oposição de centro-esquerda temos o PS e o P.N.S., o primeiro representando a herança de António Costa e o segundo o radicalismo aventuroso de Pedro Nuno Santos, que custou 14% de votantes e um milhão de votos e, todavia, se apresenta como a esperança e o futuro do partido. E no centro-direita, que agora nos vai governar, se o elenco governativo saiu melhor do que se esperava (como é que ainda há gente competente que nos queira governar?), o elo mais fraco, ao contrário do que sucedia no anterior Governo, parece estar mesmo no primeiro-ministro. Ainda agora começou novo ciclo e tanto o líder do Governo como o da oposição dão a impressão de estarem às apalpadelas, não sabendo muito bem o que querem, ou querendo coisas impossíveis ou contraditórias entre si. Anotei alguns dos primeiros passos do novo ciclo.
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