Os salários lá fora são tão mais elevados que os portugueses que não é com descidas temporárias de IRS que a distância encurta. Além disso, há outras razões para os jovens quererem sair do país
Quase todos os partidos mostram preocupação e apresentam propostas para fixar os jovens em Portugal. Dizem-nos as estatísticas, reveladas pelo Expresso, que cerca de um terço dos portugueses entre os 19 e os 35 anos reside no estrangeiro. São 850 mil jovens. Nos anos de maior emigração, durante o programa da troika, saíram quase 30 mil a cada 12 meses. Os números entretanto baixaram e a média anda agora perto de 15 mil anuais. A má notícia é que, embora tenha havido uma redução da emigração, a sua composição alterou-se. Há dez anos, metade dos que saíam tinham apenas o ensino básico. Os licenciados eram 29%. Hoje os menos formados representam apenas 17% e as pessoas com ensino superior são quase metade do total. Razões para estar preocupado, sem dúvida. Um país sem jovens é um país sem futuro. Pior ainda se aqueles que saem forem, precisamente, os que mais gostaríamos que ficassem. O problema não está no diagnóstico nem na angústia. Está nas soluções.
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